terça-feira, 29 de julho de 2014

Atividade sobre conceito de grupo

Proposta de atividade sobre conceito de grupo

Conceito de grupo:
O que caracteriza um grupo são os objetivos em comum que os envolvidos apresentam; além disso, é necessário que haja interesses em comum.
Para que um grupo se estabeleça como tal é necessário que exista relações estáveis e que haja um sentimento de identidade com este grupo.
Justificativa:
Escolhemos elaborar esta atividade a partir da história O Livro da Família de Todd Parr, por este livro abordar a temática a ser trabalhada. Considerando que a família é o primeiro e mais importante grupo no qual a criança se percebe inserida e devido a diversidade apresentada na história é possível que um maior número de crianças se vejam representadas e acolhidas.
Objetivos:
Construir o conceito de grupo;
Perceber-se como sujeito participante e pertencente a diferentes grupos da sociedade;
Identificar diferentes tipos de grupos, do qual fazemos parte;
Conteúdo:
Conceito de grupo
Desenvolvimento:
Primeiro momento: Inicia-se a aula lançando a pergunta: O que é um grupo? A professora deixa que os alunos falem a vontade, com queiram considerando suas respostas.
Segundo momento: Contação da história, com auxílio do livro, explorando as imagens, após a leitura e a interpretação oral, propor uma discussão sobre as famílias apresentadas na história.
Terceiro momento: A professora distribui fichas para que escrevam seu nome, quantas julgarem necessário, num cartaz conjuntos com as características apresentadas no livro, onde os alunos fixarão seu nome àqueles que sentem pertencentes.
Exemplo:
FAMÍLIA SILENCIOSA
ROSENI
LILIANE
FAMÍLIA PEQUENA
ROSENI
TAIS
FAMÍLIA GRANDE
LILIANE
GEZIANE
      

GOSTAM DE SE ABRAÇAR
ROSENI
GEZIANE
TAIS
LILIANE
FAMÍLIA BARULHENTA
GEZIANE
TAIS
Os alunos escolhem onde colocam suas fichas com seus nomes, observando se essa é uma característica de sua família.
Quarto momento: Após essa atividade os alunos serão questionados sobre as diferenças e semelhanças apresentadas na história. A professora pede que observem os cartazes por um instante e faz perguntas a eles:
1)      Podemos dizer que são grupos representados nos cartazes? Por quê?
2)      O que a família fala para vocês quando vão a algum lugar desconhecido? Por quê?
Nesse momento a conversa da professora deverá ser direcionada para que eles pensem que as famílias desejam cuidar de seus filhos, protegê-los caracterizando o cuidado como o objetivo comum das famílias. (importante observar a realidade da turma, é necessário que essa professora conheça bem seus alunos).
3)      Será que vocês pertencem somente a esse grupo? Quais?
Nesse momento pode aparecer a escola, a turma por exemplo, enfatizar o objetivo comum da turma.
Poderá aparecer o time de futebol do bairro, salientando também o objetivo comum dos envolvidos com o time.
Momento final: A professora pede que cada um escreva uma frase dizendo o que mais sua família deseja no momento, algo que seja do interesse de todos na família, pode ser qualquer coisa, um objeto, um passeio. Após leitura, poderão concluir o que é objetivo e interesse em comum

Oficina de geografia

OFICINA: MAPAS
Tema: Representação
Duração: 1 hora
Assunto: Mapas
Objetivos:
·         Construir o conceito de mapa;
·         Ler e interpretar mapas;
·         Compreender a organização e a distribuição dos espaços;
Conceito de mapa
O mapa é uma representação geográfica, por meio do qual além de mostrar algo, permite que as pessoas se orientem no espaço. Almeida diz que,
O mapa é uma representação codificada de um determinado espaço real. Podemos até chama-lo de um modelo de comunicação, que se vale de um sistema semiótico complexo. A informação é transmitida por meio de uma linguagem cartográfica que se utiliza de três elementos básicos: sistema de signos, redução e projeção. (ALMEIDA, 2004 p. 15).
Descrição da proposta
Primeiro momento: Inicialmente a professora faz alguns questionamentos sobre as coisas que podem ser representadas. A conversa será direcionada da seguinte maneira:
Ø  O que é representar?
Ø  Como podemos representar?
Ø  O que podemos representar?
Observar que as pessoas podem ser representadas na imagem de um manequim, uma pintura, uma música, uma poesia, uma foto.
Segundo momento: Perguntar aos alunos como podemos representar a Terra. Nesse momento se faz as seguintes demonstrações:
Ø  Com a metade de uma laranja sem  a polpa explicar os ajustes necessários que os cartógrafos precisaram fazer para representar o Globo.
Ø  Ao apresentar o Globo Terrestre a professora diz então, que como foi visto com a explicação da laranja, não se trata de uma representação fiel, mas sim, o Globo é a representação da Terra no plano tridimensional, assim como o manequim é a representação tridimensional de uma pessoa.
Ø  Lembrar que o Mapa Mundi é a representação bidimensional da Terra assim como a fotografia é a representação bidimensional de uma pessoa.
Terceiro momento: Construção de uma maquete da sala de aula numa caixa de sapato. Ao término salientamos que a maquete construída se trata da representação tridimensional da sala.
Após a professora pede que que os alunos cubram a caixa com um plástico e façam o desenho da maquete. Como resultado eles terão a representação da sala no plano bidimensional, ou seja, o mapa.
Momento final: A professora faz comparações entre os trabalhos realizados e com o Mapa Mundi, representação bidimensional e Globo representação tridimensional, assim como o mapa da sala e a maquete.
Recursos necessários:
·         Caixas de sapato
·         Sacos plásticos
·         Cola
·         Tesoura
·         Caneta para retroprojetor
·         Papéis coloridos
Referências:
ALMEIDA, Rosângela; PASSINI, Elza. O espaço geográfico- ensino e representação. São Paulo: Contexto, 2004.

SHAFFER, Neiva. Um Globo em suas mãos: práticas para a sala de aula: Porto Alegre: UFRGS 2003.

Aula de Historia

 Intervenção

A intervenção foi realizada numa de turma de 2º ano, numa escola do município de Tramandaí, a turma tem 21 alunos sendo 9 meninas e 12 meninos. A turma estava bem agitada, tanto na observação quanto na intervenção.
Na semana da realização da intervenção a professora solicitou que fosse trabalhado com os alunos sobre o Dia das Mães, como queria trabalhar a partir da história de um livro, escolhi a história O Livro da Família de Todd Parr.

Resumo da proposta

Inicialmente contei a história a partir do livro mostrando as figuras e fazendo comentários de acordo com as imagens que apareciam. Após fizemos a interpretação oral e como os alunos não escreviam eles produziram um desenho mostrando como era sua família. Ao final criamos uma frase coletiva com o tema “O que é uma família”?  
Assim os alunos criaram a seguinte frase:
“Família são as pessoas com quem moramos que nos amam e cuidam de nós”.
O livro traz muitos elementos de História, fala sobre família, as pessoas de uma família, aborda diferenças, etnias, das relações entre os familiares, como o respeito e o cuidado; afeto, da distância em que podem morar as pessoas de uma mesma família, identidade e muitos outros assuntos.
A história aborda as novas configurações familiares, falando de famílias que tem dois pais ou duas mães, que adotam filhos, das que só têm pai e das que só têm mães. É um livro bem interessante com ilustrações que chamam a atenção das crianças, de traço simples, em que é possível trabalhar todos os tipos de famílias de maneira que todos poderão de uma maneira ou de outra se sentirem representados.
Nos primeiros contatos com a professora da turma, ela deixou livre para que eu escolhesse o tema para a intervenção, porém não poderia ser nada sobre o município, que seria trabalhado em setembro, no aniversário de emancipação, comemorado todos os anos com a participação da comunidade e das escolas. Então trocamos, e como estava se aproximando o Dia das Mães, ela sugeriu que eu trabalhasse a partir dessa temática.

Eu gostei da ideia e aceitei, mas mudei um pouco, preferindo trabalhar a família ao invés de trabalhar a data. Na turma tem um aluno que a mãe está presa e outra já é falecida, outra mora uns dias com a mãe, outros dias mora com a vó e tantos outros casos que não dá tempo para gente saber. Assim, a partir desse livro acreditei ter alcançado o maior número de alunos naquela turma.  

Inclusão - Alfabetização de alunos surdos

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO

Esse relatório refere-se à observação realizada numa turma de 1º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I. Nessa turma está matriculada uma aluna surda, por esse motivo a observação aconteceu nesse local.

Caracterização da escola

Histórico
A Escola Municipal de 1º Grau Incompleto Dom Pedro I foi criada no dia 20 de dezembro de 1974, funcionava na Rua Mario Totta s/nº no Bairro Agual, sendo que não há registros de quem era a diretora na época.
No ano de 1980 a escola foi construída em novo endereço, situando-se na Avenida João de Magalhães, nº 2084, no Bairro Agual.
Em 4 de agosto de 1999 a escola passou por alteração de denominação, passando a chamar-se Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I.

O espaço físico
A escola possui 12 salas, 1 sala adaptada para sala de aula, 1 sala adaptada para informática, 1 sala de apoio, 1 biblioteca, 1 secretaria, 1 refeitório, 1 cozinha, 1 despensa, 1 sala para direção e vice direção, 1 sala para supervisão e orientação, 1 sala para professores, 2 banheiros para meninas, 2 banheiros para meninos, 1 banheiro para pessoas com deficiência física, 1 ginásio de esportes, todos construídos em alvenaria.
O pátio é grande sendo possível que os alunos brinquem livremente durante o recreio, tem sombra e uma calçada onde os alunos desenham amarelinha para brincar e pulam corda, na outra parte o chão é coberto por pedra brita. 

Caracterização da turma
A turma 13 é composta de 19 alunos, sendo que 10 são meninos e 9 são meninas, dessas, uma aluna é surda. Essa aluna já esta inserida na rede municipal desde a educação infantil, onde recebia atendimento na Sala de Recursos Multifuncionais. Nesse espaço a aluna era atendida por profissionais especializados, onde a preocupação maior desses profissionais era coloca-la em contato com a Libras, assim sendo os demais profissionais mobilizaram-se para, juntamente com a aluna aprender a língua de sinais.
A aluna possui implante coclear, mas não faz uso desse recurso por não ter se adaptado e nesse momento está aprendendo a língua de sinais com a professora da turma e com uma instrutora surda que o município contratou para auxiliar.   

Observação da aula

A Observação ficou um pouco prejudicada porque nesse dia chovia muito e faltaram muitos alunos, mas a aluna surda estava e foi possível observá-la realizando suas atividades. Inicialmente ela estava fazendo umas atividades que não tinha terminado enquanto a professora colava os temas dos alunos, num caderno que fica na escola.
Observei seus trabalhos, que ela mesma me mostrava, a professora mencionou que sua pintura havia melhorado muito já que no inicio ela pintava bem rápido e de qualquer jeito. Foi possível observar que o trabalho realizado pela professora é pensado sempre pela via da inclusão dessa aluna, já que todo o trabalho ofertado aos demais alunos é também oferecido a ela de forma adaptada para a língua de sinais. Isso fica claro nos trabalhos expostos na sala, os numerais, alfabeto, escrita dos objetos e os cartazes que a professora utiliza em aula, todos, sem exceção, são produzidos em Libras também.
Nesse dia a professora iria contar a história “Ioiô”, primeiramente ela mostra todos os personagens e apresenta o sinal, após a contação, os alunos fariam o livro da história no formato de um ioiô, onde era possível colar uma cordinha e colorir os desenhos da história. A aluna demonstrava interesse para fazer a atividade, mas a professora guardou para o dia seguinte porque tinha poucos alunos naquele dia.
No momento seguinte a aluna foi assistir a um filme que a outra professora estava passando para outras turmas, devido ao numero pequeno de alunos naquele dia, mas ela retorna para a sala em seguida, perdendo o interesse pelo filme, volta para terminar suas atividades. A instrutora faz umas atividades com ela em que ela deve ligar a letra correspondente ao sinal (alfabeto datilológico), após pede para ela ir colocando as letras do alfabeto de acordo com o sinal e solicita que ela mostre do que se trata por meio do sinal. Assim a menina avança no aprendizado de Libras o que traz grandes contribuições para sua aprendizagem na escrita, nesse sentido Pereira salienta que
uma vez adquirida a língua de sinais, esta terá um papel fundamental na constituição do português que será adquirido como segunda língua, preferencialmente na modalidade e escrita pelo fato de esta não depender da audição. (PEREIRA. Apud LODI et al, 2002, p. 49)
Sabemos que esse ato constitui-se num momento muito importante pela contribuição que traz ao aluno surdo para o acesso a língua escrita, ou seja, a Língua Portuguesa que será depois concebida como segunda língua. Assim o aluno adquire o conhecimento da Libras instrumentaliza-se para a aquisição do sistema escrito. Dessa forma Possentini afirma que
enfatizamos que a língua de sinais deva ser considerada e desenvolvida como primeira língua dos surdos e que práticas educacionais para o ensino de segunda língua, ou língua estrangeira, sejam conhecidas, estudadas e aplicadas pelos educadores para o ensino do português escrito [...] o acesso a escrita só será pleno quando ela for tratada e concebida como prática social de linguagem, cultural, social, histórica e ideologicamente determinada. (POSSENTINI, apud LODI et al, 2002, p. 44 )
Vale aqui salientar que tanto o trabalho da professora da turma quanto o trabalho da instrutora têm como preocupação inicial o aprendizado de Libras sem deixar que a aluna esteja em contato com materiais escritos e jogos onde pode ter acesso ao alfabeto. Outra preocupação constante, que foi observada pelos trabalhos que a professora mostrou, é com o letramento.
Foi possível observar durante os jogos que a menina utilizou, jogos de sucatas, confeccionados com tampinhas de garrafas em que era possível jogar de diversas maneiras, como o jogo da memória e de construção de palavras. As historias que a professora usou anteriormente e as que ainda iria usar, todas adaptadas para aluna surda demonstra a preocupação dessa professora com práticas de letramento num contexto apropriado sabendo a importância dessa prática nas turmas de alfabetização. Assim, recorro às palavras de Pereira ao dizer que
como todas as crianças, também as surdas necessitam de conhecimento de mundo de modo que possam recontextualizar o escrito e dai derivar sentido. Esta é, a meu ver, a maior contribuição da língua de sinais, para a escrita pelos surdos. É através dela que os alunos surdos poderão atribuir sentido ao que leem, deixando de ser meros decodificadores da escrita, e é através da comparação da língua de sinais com o português que irão constituindo o seu conhecimento de português. (PEREIRA. Apud LODI et al, 2002, p. 49)
Ao final da aula a professora fez uma atividade com a aluna surda da seguinte forma: pedia que ela fizesse o sinal das palavras que ela tinha escrito no inicio da aula, que ela substituía o sinal pela letra e pedia que ela fizesse o sinal. Observei que tinha nomes de pessoas sugeri que ela fizesse essa atividade com o nome dos colegas para que a aluna identificasse, a professora gostou, falou que iria fazer com o auxilio dos crachás que eles têm isso porque ela tinha comentado que não consegui identificar o nível da leitura/identificação que a menina está. 
Senti falta de atividades em que a professora usasse a palavra e a escrita, tinha alguma coisa no canto do quadro, mas os jogos que ela mesma produz poderia explorar mais essa técnica, mas há que se parabenizar o trabalho e a atitude acolhedora dessa professora no sentido de incluir essa aluna em todas as atividades propostas para aquela turma.

Conclusão

Os debates incluindo a temática da inclusão precisam ser repensados por outra ótica, a questão não deve estar apenas em ter capacitação para trabalhar com alunos surdos, ou outra necessidade especial, podendo-se centrar na perspectiva daquilo que é possível aprender, e sempre é possível aprender mais, aprender coisas novas.
Quanto aprendizado há nessa turma, quanta contribuição essa aluna leva para aquelas pessoas que estão envolvidas na sua aprendizagem. Mas a postura dessa professora faz toda a diferença, porque aceitou e acolheu essa aluna e se lançou na busca da aprendizagem, de entender como essa aluna aprende e de aprender Libras que é essencial.
Claro que seria bem melhor se a prefeitura disponibilizasse profissional qualificado para trabalhar nessa turma como orienta a legislação, mas isso, nesse caso não foi impedimento para que essa aluna encontrasse a oportunidade de aprender.
Referências

LODI, Ana Cláudia B; HARRISON, Kathryn M. P; CAMPOS, Sandra R. L. de; TESKE Ottmar. Letramento e minorias. Porto Alegre: Mediação, 2002.

Projeto de pesquisa - Reuniões Pedagõgicas

INTRODUÇÃO
Pensar sobre a forma com vem sendo elaboradas a s reuniões pedagógicas nas escolas é uma temática relevante, já que esse momento tem grande importância para o trabalho pedagógico podendo qualificar a prática docente e diminuir com processos de fragmentação do saber.
É no momento das reuniões que professores podem promover espaços de troca de saberes experiências, falar de seu trabalho, aprender pela prática educativa no coletivo. Esse momento pode romper com processos de alienação e fragmentação do conhecimento, tantas vezes discutidos por tratar o saber como forma segmentada.
Nesse trabalho colaborativo entre professores, alunos e gestão escolar é possível atribuir mecanismos para a reflexão, estudo e aproximação entre a teoria e a pratica numa ação que contempla o pensamento critico e reflexivo.


1. APRESENTAÇÃO
O formato das reuniões pedagógicas apresentados nas escolas têm deixado alguns questionamentos quanto ao seu andamento. São momentos que podem ser pensados a partir da produção de conhecimento e do estudo coletivo, contudo às vezes são temas deixados de lado.
As reuniões pedagógicas são momentos muito importantes para o funcionamento da escola, tratando-se de momentos em que os professores podem falar de suas angústias, de sua ação docente, espaço onde se pode discutir de forma coletiva com vistas a qualificar o trabalho do professor, agregando qualidade a prática educativa.
Esse projeto fundamenta-se com base nessas questões, que são de extrema relevância para a ação do professor, para a produção de conhecimento, para a formação continuada e para a qualificação do professor e para a consolidação de uma educação de qualidade.

1.1     TEMA
Reuniões pedagógicas

1.2     PROBLEMA
As reuniões pedagógicas deveriam constituir um momento de aprendizagem para os professores, mas geralmente se voltam para recados, avisos e organização de espaço e apresentações decorrentes de datas comemorativas.

1.3   JUSTIFICATIVA
As reuniões pedagógicas são momentos importantes para o andamento do trabalho pedagógico. Questões de aprendizagem devem ser temas constantemente debatidos nas reuniões escolares, para que esse momento seja mais um instrumento de contribuição no processo de ensino e aprendizagem.
Esses momentos podem contribuir para formação do professor, vale salientar que é na relação com os colegas que professores podem pensar suas práticas num momento de reflexão, fundamentação e construção teórica. Essas questões são de extrema relevância para a ação docente, devendo tornar-se uma prática cotidiana nas escolas.
       
1.4     OBJETIVOS

1.4.1 OBJETIVO GERAL
Investigar se as reuniões de escolas públicas são momentos de estudo, discussão e reflexão sobre a prática pedagógica.
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Observar como são organizadas as reuniões em relação;
Identificar momentos de estudos coletivos nas reuniões pedagógicas;
Averiguar momentos de debates reflexivos sobre a prática educativa.

  1. REVISÃO TEÓRICA
As reuniões pedagógicas têm a função de proporcionar aos professores momentos de trocas de experiências, angústias e saberes.  Nem sempre esses são momentos proporcionados aos professores que muitas vezes precisam dividir esse espaço com assuntos burocráticos e recados. A reunião pedagógica deve ser um momento de partilha para que se possa buscar a aproximação entre a teoria e a prática, rompendo com processos de rupturas na educação. Dessa forma Libâneo salienta que
[...] uma prática reflexiva - nas reuniões pedagógicas, nas entrevistas com a coordenação pedagógica, nos cursos de aperfeiçoamento, nos conselhos de classe e etc. – leva a uma relação ativa e não queixosa com os problemas e dificuldades. (LIBÂNEO, 2001 p 190)
É nessa relação de troca de saberes e experiências que é possível efetivar a prática docente e a construção do professor em momentos de estudos e debates que acontece no coletivo. Vasconcellos afirma que
Devemos considerar que o trabalho do professor tem uma dimensão essencialmente coletiva: não é o único que atua na escola e o que faz não é para si, já que presta um serviço a comunidade. Além disto, o sujeito isolado, lutando por uma nova ideia, não vai muito longe. A reunião semanal é um momento especial para o resgate deste coletivo. (VASCONCELLOS, 2006 p 120)
É no momento das reuniões que professores podem estabelecer suas parcerias, trocar e qualificar suas ideias, agregando experiências dos outros e formando seu grupo de trabalho. Ter essa visão do trabalho coletivo é importante para que a troca aconteça efetivamente. É nesse momento que o trabalho do coordenador possui extrema importância, já que ele tem a função de articular saberes da prática dos professores com conhecimento teórico, criando oportunidade de debate e reflexão, aproximando teoria e prática. Quanto ao trabalho do coordenador pedagógico Libâneo ressalta que
Seu trabalho está a serviço das pessoas e da organização, requerendo deles uma formação específica para buscar soluções para os problemas, saber coordenar o trabalho conjunto, discutir e avaliar a prática, assessorar e prestar apoio logístico aos professores na sala de aula. (LIBÂNEO, 2001 p 181)
Além de criar um ambiente propício ao estudo e a resolução de problemas o trabalho do coordenador pedagógico deve envolver-se profundamente com questões de aprendizagem, a fim de que se possa promovê-la. Para o pesquisador e escritor Libâneo (2001) a prática do coordenador pedagógico deve acontecer de maneira que possa haver troca e situações de reflexão e investigação sobre o trabalho docente.  Nesse sentido Libâneo colabora ao dizer que
A coordenação pedagógica tem como principal atribuição a assistência pedagógico-didática aos professores, para se chegar a uma situação ideal de qualidade de ensino (considerando o ideal e o possível), auxiliando-os a conceber, construir e administrar situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos alunos (LIBÂNEO, 2001p 183.
O trabalho do coordenador nas reuniões deve priorizar questões de aprendizagem, das dificuldades encontradas pelo professor na sua ação. Colaborar com os professores, para que possam buscar, na medida do possível, ações para as dificuldades encontradas, pensando ações de aprendizagem, de avaliação, currículos e tudo aquilo que constitui a essência da escola.
As reuniões pedagógicas devem acontecer periodicamente, nesses encontros os professores e a coordenação podem abordar questões necessárias ao andamento da escola, como a passagem de recados e a organização de eventos escolares. Mas é crucial que a prática pedagógica, a troca de experiência, a voz dos professores sobre sua prática devem sempre estar em evidência, pois isso constitui um momento rico de formação continuada, é na ação diária da prática pedagógica que o sujeito se constitui como professor, elaborando questões do cotidiano. Dessa forma Libâneo contribui ao afirmar que
A formação continuada é condição para a aprendizagem permanente e o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional. É na escola, no contexto do trabalho, que os professores enfrentam e resolvem problemas, elaboram e modificam procedimentos, criam e recriam estratégias de trabalhos e, com isso, vão promovendo mudanças pessoais e profissionais. (LIBÂNEO, 2001 p.189)
É no ambiente da escola, na ação diária que o professor aprende a lidar com as várias situações que se apresentam. Isso constitui um espaço contínuo de aprendizagem e elementos de pesquisa para além da formação continuada e sim uma formação permanente, o professor está em contínuo processo de aprendizagem, por tratar-se de uma profissão essencialmente humana. Nesse sentido Libâneo salienta que
Uma formação permanente que se prolonga por toda a vida, torna-se crucial numa profissão que lida com saberes e com a formação humana, numa época em que se renovam os currículos, introduzem-se novas tecnologias, modificam-se os comportamentos da infância e da juventude, acentuam-se os problemas sociais e econômicos. (LIBÂNEO 2001 p 189)
A escola é um ambiente extremamente segmentado e burocratizado, podemos verificar isso nos temas que aparecem com frequência nas pautas das reuniões, e que de certa forma tornam-se os principais assuntos. Vasconcellos (2006) diz que a reunião semanal pode transformar-se num momento de reflexão, em que os professores podem partilhar de suas experiências e angústias e também de seus sonhos. Esse momento quando bem organizado e elaborado pode contribuir também para a construção de projetos e para o estudo. Nesse sentido Vasconcellos afirma que
Esta atividade favorece a consolidação de uma continuidade educativa (por possibilitar a superação de célebres justaposições ou rupturas no processo de ensino), bem como a formação de uma autêntica equipe de trabalho, dando maior coesão e interação, e não apenas o ajuntamento de profissionais que, por mais brilhantes que sejam, se não desenvolverem esta competência de trabalhar coletivamente, não garantem o processo emancipador. (VASCONCELLOS, 2006 p 121)
Nessa ação de refletir coletiva e criticamente a prática pedagógica que é possível discutir uma ação transformadora, observar aspectos negativos e positivos e considerar elementos que podem ser agregados no trabalho do professor. Dessa forma Vasconcellos colabora ao dizer que
A reunião pedagógica é um espaço privilegiado para resgate do saber de mediação do professor, qual seja a mediação que o docente faz entre os saberes das ciências de referência com as quais trabalha e os saberes pedagógicos (o saber do cotidiano da sala da aula). Todavia, o saber do professor tem outra referência: sua prática refletida, que vai além do modelo clássico Teoria/Prática, no qual o professor, durante sua formação, aprenderia conceitos gerais e abstratos que trataria depois de traduzir em práticas concretas. (VASCONCELLOS, 2006 p 123)
As reuniões pedagógicas são momentos de aprendizagem, aprende-se pela ação do outro, na troca de experiência, no processo de colocar sua ação docente em questão, suas dificuldades, pensar coletivamente sobre que aspectos favorecem o processo de aprendizagem.

3.      METODOLOGIA
A pesquisa será realizada por meio de observações em duas escolas, uma no município de Tramandaí e uma escola estadual no município de Osório. Os dados coletados serão registrados num diário de campo para serem confrontados com teóricos que tratam dessa temática posteriormente.

  1. CRONOGRAMA
Meses
Atividades
Julho
Orientações sobre o projeto
Agosto
Coleta de dados/Observações
Setembro
Coleta de dados/Observações/Revisão da literatura Escrita do projeto/Entrevista
Outubro/Novembro
Escrita do artigo
Dezembro
Apresentação e entrega do artigo





5.      ANÁLISE PARCIAL DE DADOS
Há certa distância entre a teoria e a realidade sobre a forma como acontecem as reuniões pedagógicas nas escolas. As reuniões têm acontecido de forma mecânica e compartimentada, demonstrando pouca preocupação com a verdadeira essência da escola: o processo ensino-aprendizagem.
Essa realidade acarreta mais distâncias e rupturas no fazer pedagógico no interior das escolas. São poucos ou inexistentes os momentos de debate e reflexão, promovendo um histórico de alienação. Nesse sentido Vasconcellos ressalta que
Sabemos que a fragmentação da vida e do saber fragiliza a pessoa, e é uma estratégia da classe dominante para sua perpetuação. Um dos macroprocessos que se instalou em nossa civilização é precisamente a divisão social do trabalho: uns pensam decidem e ficam com os resultados; outros executam e recebem o mínimo para sobrevivência. (VASCONCELLOS, 2006 p 119)
Essa é uma divisão da sociedade, que a escola reproduz no seu interior. O saber é fragmentado, as pessoas estão isoladas, o currículo é dado a priori, desconsiderando o grupo de alunos e professores. A escola como espaço de promoção do saber, precisa romper com esse processo que segmenta e desagrega. As reuniões podem ser um bom momento para elaborar questões de aprendizagem e currículo de forma reflexiva, a partir do conhecimento daqueles que estão envolvidos nesse processo. Nesse sentido Libâneo corrobora dizendo que
[...] nesse espaço é possível a criação e desenvolvimento de novos comportamentos, novos habitus. Reaparece, aí, a necessidade de as escolas cultivarem momentos de prática reflexiva, pois dessa reflexão sobre a ação podem nascer mudanças na estrutura de relações vigente na escola visando criar uma nova cultura organizacional. (LIBÂNEO 2001 p 195)
Ao ser questionado sobre a existência de um momento para debate sobre a prática educativa a escola A responde que há, mas é um debate que fica limitado as queixas das professoras sobre o comportamento dos alunos, havendo pouca exposição do trabalho e partilha de saberes. A escola B respondeu que não há nas reuniões esse espaço mas que sempre está aberta para ouvir os professores, podendo realizar atividades para isso, e que no momento do conselho de classe cada um tem tempo para suas exposições. Dessa forma Libâneo diz que
A organização desse espaço implica a criação de lugares e tempos que incentivem as trocas de experiências entre os professores e professores e alunos, de modo a se implantar uma cultura colaborativa. Há um papel de destaque nisso da direção e coordenação pedagógica da escola para apoiar e sustentar esses espaços de reflexão, investigação, negociação e tomadas de decisão colaborativa. (LIBÂNEO, 2001 p 196)
Quando questionados sobre a existência de um momento para estudo dos professores nas reuniões pedagógicas a escola A mencionou sempre levar um texto para discussão e debate e a escola B disse nunca ter levado um tema para estudo nas reuniões.
Os dados coletados nas escolas demonstraram uma visão fragmentada, um momento coletivo, de importância para a educação, utilizado de forma equivocada, com temas que desestimulam os professores, não acrescentam saber a sua ação e tampouco colaboram para a produção da prática refletida, tornando uma constância no processo educacional. Nesse sentido Vasconcellos ressalta que
Os sujeitos vão sendo despertados para uma nova consciência pela convivência reflexiva, e isso permite a cada um assumir tarefas num nível cada vez mais profundo e crítico. Esta prática vai minando a corrente de alienação e prepara um movimento maior de mudança. A escola deve participar desse processo: uma nova estrutura, para favorecer a reagregação do homem, deve permitir o encontro, a reflexão, a ação sobre a realidade, numa práxis libertadora. (VASCONCELLOS, 2001 p 119)

A escola tem em seu poder grandes momentos para romper com esses processos, que colaboram para promoção da alienação. Utilizar esses momentos para tornar a prática refletida colabora para a promoção de uma pratica transformadora.


















6.      REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad Editora, 2006.



Por reuniões de professores entende-se o encontro formal entre a direção, a coordenação pedagógica e os professores para tomar decisões sobre questões pedagógicas, administrativas e financeiras da escola. (LIBÂNEO p 225)

A reunião de professores é uma necessidade da organização escolar mas é também um espaço de formação continuada,  de comunicação e de construção coletiva da organização e gestão da escola, portanto, de promoção da aprendizagem. (LIBÂNEO p 225)

O coordenador pedagógico supervisiona, acompanha, assessora, apoia, avalia as atividades pedagógico-curriculares. Sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas, no que diz respeito ao trabalho interativo com os alunos. [...] Outra atribuição que cabe ao coordenador pedagógico é o relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente no que se refere ao funcionamento pedagógico-curricular e didático da escola e comunicação e interpretação da avaliação dos alunos. (LIBÂNEO p104)  

ANEXOS
Entrevista
Que aspectos são considerados na elaboração da pauta das reuniões pedagógicas?
Os professores participam da elaboração das pautas? De que forma?
Com que frequência acontecem as reuniões?
Qual o tempo de duração das reuniões?
Há uma divisão entre temas pedagógicos e administrativos? Como é feita essa divisão?
É proporcionado aos professores momentos de trocas de saberes e experiências?
É reservado um momento de estudo nas reuniões?
Há um momento de debate sobre a prática educativa?