sábado, 29 de junho de 2013

PPP na escola

Introdução
 O presente trabalho foi realizado através de pesquisas em escolas das cidades de Osório e Tramandaí. O nosso objetivo foi verificar se as escolas tinham Projetos Políticos Pedagógicos e se elas os utilizam em seu dia a dia. Através dos dados coletados, constatamos que as instituições não fazem o que realmente está escrito no papel e que algumas delas, desconhecem o que está escrito no documento. Por meio das respostas coletadas, elaboramos duas categorias sobre o assunto: Formação do aluno crítico e reflexivo e Uma escola que prime pela qualidade de ensino.  
Formação do aluno crítico e reflexivo

 É uma prática comum encontrarmos PPPs recheados com palavras que levam a construção de um sujeito crítico e reflexivo, porém o que se pode perceber é uma enorme falta de interesse. Não há planejamento ou não há sua aplicação com aulas que se restringem a cópia e a reprodução do conhecimento onde muito pouco se cria, ficando o aluno assim impossibilitado de produzir seu próprio conhecimento. Segundo Deleuze, aprendemos que “sem criação não há aprendizagem, pensamento, nem vida."(Deleuze,p.57).
É possível que se desenvolva um sujeito crítico e reflexivo sem dar a criar? Sem deixar o aluno pensar? Com uma pequena busca podemos perceber que nossos modelos educacionais evoluem a passos estreitos e que encontramos nas salas de aulas práticas muito antigas. Conforme SANTOS, “o método usado para formar o aluno era o da imitação [...], o processo de ensino aprendizagem era do fazer através da cópia."
     Assim se a escola não tiver um planejamento que se preocupe com os seus alunos e com as suas realidades, a escola acabará formando cidadãos passivos e fora do perfil desejado para o mercado de trabalho. Em seu livro Gestão de Ensino e Práticas Pedagógicas HENGEMÜHLE diz que:


"Hoje, o perfil de profissional que as empresas estão buscando, já não é mais apenas teórico, como no passado. Profissionais que já prestaram serviços gratuitos para classes menos favorecidas, ou pessoas excluídas, que tenham tido uma função de liderança (grêmio estudantil, por exemplo), entre outros, são aqueles que têm sido preferidos. As empresas sabem que profissional com esse perfil pode contribuir na construção de um clima favorável, ajudar a empresa a atingir suas metas de produção porque além de ser empreendedor, líder, é capaz de engajar-se em projetos coletivos e ser uma referência no grupo, para sensibilizar e envolver as pessoas." (HENGEMÜHLE)


Uma escola que prime pela qualidade de ensino

     É competência da escola, pensar sobre que aluno/cidadão se quer formar, que características nosso ensino deve deixar nos alunos, e essa é uma prática que se inicia no planejamento. Esses são fatores que vão contribuir para que a escola busque um ensino de qualidade. A instituição precisa se questionar sobre de que maneira e meios os professores conduzem suas práticas, como media situações em sala para que seu aluno produza conhecimento, se há uma preocupação com práticas ultrapassadas que levam em consideração o contexto e a realidade em que seu aluno esta inserido.
                              
                                    
 Produzir conhecimento não é repetir conteúdos, mas sim, tende visão sistêmica e interdisciplinar, levar os estudantes a trazer os fatos e os problemas do contexto, refletir os mesmos a partir dos conteúdos teóricos e possibilitar ao estudante fundamentado nas teorias abordadas a mostrar sua compreensão e a sua capacidade para solucionar problemas. (HENGEMÜHLE, pg. 7).
  
 Acreditamos que não é a mera reprodução de conteúdos, a cópia, a repetição dos discursos que vai impulsionar, em termos de qualidade, o cenário da nossa educação. Professores desmotivados, desinteressados também contribuem para precariedade do nosso ensino, pois como diz HENGEMÜHLE, "para haver a compreensão na prática pedagógica, o estudante precisa ser levado, de forma interessada e motivadora."Essas são abordagens que precisam estar bem planejadas, fundamentadas, caso contrário, vão se perdendo pelo caminho, também se faz necessário um grupo de estudos entre os professores para nortear suas ações dentro do planejamento.

 Devemos inferir, portanto que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao  atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, bem como a inserção no mundo e a constituição da cidadania também como poder de participação, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.( ( LIBÂNEO, OLIVEIRA, TOSHI,2003)

 É através de um planejamento construído em bases sólidas que poderemos dar conta desse novo sujeito exigido pela sociedade contemporânea, com professores agindo conforme seus planejamentos, pois nosso modelo de ensino, por vezes, sem estrutura, um modo de fazer de qualquer maneira já não serve mais na atualidade.
   
 Diante da globalização econômica, das transformações dos meios de produção e do avanço acelerado da ciência e da tecnologia, a educação escolar precisa oferecer respostas concretas para a sociedade, formando quadros profissionais para o desenvolvimento e para a geração de riqueza que sejam capazes, também, de participar criticamente desse processo. Em relação às tarefas do sistema de ensino, mais uma vez há que reconhecer a urgência da elevação dos níveis científico, cultural e técnica da população básica e a melhoria da qualidade de ensino. ( LIBÂNEO, OLIVEIRA, TOSHI 2003)
   O mundo contemporâneo exige um sujeito crítico e reflexivo, que conseguiremos com práticas mais ousadas que levem o aluno a pensar, a criticar a criar. Modelos prontos, planejados a qualquer modo para todos em qualquer tempo já não pode dar conta. O papel de transformar o sujeito num cidadão que participa ativa e criticamente é essencialmente da escola.
Essa seria uma prática que teria início já nos primeiros anos escolares, até mesmo com crianças pequenas. Afinal se desejamos alunos, futuros cidadãos críticos e participantes na sociedade devemos tomar como referência nossas práticas que vão ao desencontro de nosso discurso. Se por um lado levantamos a bandeira da pós modernidade e do uso das novas tecnologias, permanecemos nas salas realizando velhas práticas delimitadas em folhas pré planejadas e rotinizando o ensino sem fundamentá-lo muitas vezes. Numa análise mais profunda perceberemos que desde muito cedo crianças pequenas vão sofrendo o que chamamos de “disciplina”, ou seja,  o cerceamento do corpo, uma prática que nada tem a ver com a criação, com a liberdade e com a potencialização do uso da imaginação. Assim vão se formando os novos sujeitos da nossa sociedade.
    
Conclusão

Com a realização desse trabalho, concluímos que é de suma importância que as escolas tenham um PPP para orientar sua prática pedagógica. É necessário que todos os professores que trabalham na instituição conheçam o PPP e também coloquem em prática tudo o que está escrito nele. Ao analisarmos o PPP de uma escola, observamos que a instituição quer formar pessoas críticas, que buscam justiça e que tenham iniciativa, mas no próprio PPP consta no processo de ensino aprendizagem que a aprendizagem dos alunos ocorre de maneira tradicional, ou seja, o professor transmite conhecimentos, realiza avaliações e mede o aproveitamento do aluno. Como o aluno vai se tornar uma pessoa crítica, se os professores não deixam os alunos se expressarem e continuam usando métodos antigos e mecânicos para ensinar os educandos. Alunos e professores precisam ter uma relação de amizade e afeto, juntamente com isso os professores precisam criar novas maneiras de ensinar para que os alunos tenham desejo em aprender. Deleuze ensina que “não há um modelo a imitar. Há um mundo a ser criado. O novo, não se opõe ao velho, não é o futuro melhor perante o passado. O novo opõe-se ao rotineiro, previsível, ordinário”. (Deleuze, p. 57). Se não houver uma mudança nas atitudes de alguns professores sobre a forma de ensinar os alunos, como eles se tornarão críticos,    
autônomos, educados e reflexivos?   



Referências:

HENGEMUHLE, Adelar. Gestão de ensino e práticas pedagógicas na contemporaneidade.
DELEUZE, Gilles. O que pode um professor? Educação especial biblioteca do professor, editora Segmento.
LIBÂNEO, José Carlos- OLIVEIRA, João Ferreira - TOSHI, Mirza Seabra- Educação Escolar: políticas, estrutura e organização, cortez 2003 editora SP.
HENGEMUHLE, Adelar- desenvolver habilidades, formar para comp: modelos novos, práticas antigas.

SANTOS, Rebeca da Silva- Caminhando para o processo crítico e reflexivo do aluno -  anuário da produção de iniciação científica docente vol. XII, Nº 13, Ano 2009.

Ressignificação e problematização de conteúdos

Ressignificação e problematização de conteúdos

Conteúdo Teórico
Fatos, situações que originaram este conteúdo
Fatos, situações atuais onde este conteúdo se torna significativo para os alunos
Problemas e curiosidades atuais que este conteúdo pode ajudar a resolver ou a compreender
As relações humanas: O Poder
A necessidade de expansão da indústria
Desenvolvimento econômico
Revolução industrial
A organização econômica da sociedade
As relações de poder na sociedade

As profissões de seus familiares
As profissões existentes nas suas comunidades
Os setores econômicos da sociedade
O crescimento econômico
Qualificação para o mercado de trabalho
Analisa da divisão de renda em nosso país
Falta de mão de obra qualificada
Desemprego
Subempregos
Baixos salários
Impacto ambiental
Subjetividade
A necessidade de conviver em sociedade
Regras de convivência
Valores
O homem com criador de valores
Conceito de bom mau
Maneiras de comportar-se em diferentes lugares (casa, escola, rua...)
Comportamento social
A influência da mídia
A busca por um corpo perfeito
Modos de ser e de viver copiados dos artistas e propagandas de televisão
Uso de marcas que estão em evidência na mídia
Questionamentos sobre as verdades
Indisciplina
Punição
Para quem os valores são feitos?
O homem não é um receptor de valores já existentes
Análise critica e reflexiva dos temas aboraddos

Projeto de pesquisa - Dislexia

INTRODUÇÃO
O projeto de pesquisa aqui apresentado tem por finalidade fazer uma investigação da ação pedagógica do professor que está atuando com alunos portadores de dislexia. Sabemos que esse aluno para aprender vai necessitar de um atendimento diferenciado dentro da turma, esse atendimento vai exigir do professor uma postura de pesquisador, mediador e promotor da igualdade dentro da sala de aula.
A metodologia utilizada para essa pesquisa será estudo de caso e a pesquisa qualitativa bibliográfica, tendo como foco a ação pedagógica do professor no sentido de promover a aprendizagem do aluno portador de dislexia.
Esse estudo será realizado mediante observações da prática pedagógica de professoras em três escolas do Litoral Norte, os dados coletados serão confrontados com dados da pesquisa qualitativa bibliográfica, com as respostas do questionário sob a análise do grupo.
TEMA: DISLEXIA

Problematização: O papel do professor na identificação da dislexia em sala de aula.

OBJETIVOS

Objetivo geral: Estudar o papel do professor na identificação da dislexia.

Objetivos específicos:
Pesquisar sobre o que é dislexia.
Verificar como os professores identificam a dislexia em sala da aula.
Conhecer as causas e as conseqüências da dislexia para a aprendizagem.
Verificar a ação do professor como mediador na construção da aprendizagem do aluno disléxico.

Hipótese: O planejamento do professor pode auxiliar na aprendizagem do aluno disléxico.


METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o levantamento de dados será a pesquisa qualitativa bibliográfica, tendo com foco principal a ação pedagógica do professor no sentido de auxiliar a construção da aprendizagem do aluno disléxico.
Utilizaremos também a modalidade estudo de caso, de maneira que faremos um estudo mais aprofundado da ação pedagógica de três professoras no Litoral Norte, através de observações e análise das respostas do questionário. O estudo de caso nos possibilitará a investigação detalhada o que nos trará elementos a serem confrontados em nosso estudo, de acordo com Yin apud Gil (2010) pontua que o estude caso é a metodologia mais adequada para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real.
Neste trabalho, os instrumentos metodológicos, entrevistas, observação, registro das práticas e falas dos professores, terão o papel de fornecer dados de como a metodologia usada em sala de aula poderá auxiliar ao aluno disléxico na construção de sua aprendizagem. Os dados para essa pesquisa serão obtidos através de observações realizadas pelas pesquisadoras e por questionários respondidos pelas professoras participantes. As respostas serão analisadas pelo grupo e serão confrontadas com apontamentos teóricos e com base nas observações.
 A observação terá papel importante na presente pesquisa, de modo que irá desenhando seu rumo ou acrescentando novos fatores.
O foco e o design do estudo não podem ser definidos a priori, pois a realidade é múltipla, socialmente construída em uma dada situação e, portanto, não se pode apreender seu significado se, de modo arbitrário e precoce, a aprisionarmos em dimensões e categorias. O foco e o design devem, então, emergir, por um processo de indução, do conhecimento do contexto e das múltiplas realidades construídas pelos participantes em suas influências recíprocas. (LINCOLN & GUBA, 1985)

Entendemos que tratamos de pesquisa qualitativa, Ciências Humanas, que nosso foco é o ser humano, nesse processo compreendemos que cada ser é singular, “nos estudos qualitativos, a coleta sistemática de dados deve ser precedida por uma imersão do pesquisador no contexto a ser estudado” (Mazzoti, Gewandsznajder 2001 P. 148), nesse sentido, nosso trabalho, considera as peculiaridades de cada um, assim o norteamos.

 DISLEXIA E SEUS CONCEITOS
Dislexia é um problema que se detecta em crianças que sofrem dificuldades de leitura. É uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, soletração, escrita em linguagem expressiva ou receptiva, em razão e cálculo matemático, como na linguagem corporal e social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem haver com acuidade visual ou auditiva como causa primária.
Na sua etimologia, a palavra "dislexia" é constituída pelos radicais "dis", que significa dificuldade ou distúrbio, e "lexia", que significa leitura no latim e linguagem no grego, ou seja, o termo dislexia refere-se a dificuldades na leitura ou a dificuldades na linguagem, no entanto, a ideia de que se refere a um distúrbio na leitura parece ser aquela que é mais consensual (Lerner 2003).
Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente.

É importante ressaltar que existe uma combinação dos fenômenos biológicos e ambientais no aprendizado da linguagem escrita, envolvendo a integridade motora, a integridade sensório-perceptual e a integridade socioemocional (possibilidades reais que o meio oferece em termos de quantidade, qualidade e freqüência de estímulos). Além disso, o domínio da linguagem e a capacidade de simbolização também são princípios importantes no desenvolvimento do aprendizado da leitura e da escrita. (SCHIRMER et al, 2004)

É importante dizer que a dislexia tem base neurológica, existindo uma incidência expressiva do fator genético em suas causas transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo 6 que, por ser dominante, torna a dislexia altamente hereditária, justificando que se repita nas mesmas famílias.
Conforme Martins (2001), “as dificuldades de leitura são problemas de consciência fonológica das crianças, na educação infantil e no processo de alfabetização escolar”.  O Projeto Genoma Humano, tem feito grandes descobertas e não se tem dúvidas que os componentes genéticos estão envolvidos com os transtornos da leitura e escrita.

 SINAIS E CARACTERÍSTICAS DA DISLEXIA

O sistema educacional é deficiente, há falta de recursos na maioria das escolas, as turmas são lotadas e o professor muitas vezes não consegue dar o atendimento individual que um aluno necessita, tornando-se assim, muito difícil de detectar a dislexia em um aluno.
Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência, entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não disléxicas confundem as letras do alfabeto. No jardim, de infância crianças com dislexia demonstram dificuldades ao rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira, série elas na conseguem ler palavras curtas e simples, tem dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler palavras é muito difícil. Da segunda a quinta série, essas crianças tem dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras e as confundem. Esses são apenas alguns dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia. Segundo a pesquisa realizada por Salgado, Lima e Ciasca

As principais características observadas na Dislexia são: alterações na velocidade de nomeação de material verbal e memória fonológica de trabalho, dificuldades em provas de consciência fonológica (rima, segmentação e transposição fonêmicas), nível de leitura abaixo do esperado para idade e nível de escolaridade, escrita com trocas fonológicas e ortográficas, bom desempenho em raciocínio aritmético, nível intelectual na média ou acima da média, déficits neuropsicológicos em funções perceptuais, memória, atenção sustentada visual (problemas na seleção e recrutamento de recursos cognitivos necessários para o processamento da informação visual) e funções executivas (planejamento, memória operacional, capacidade de mudança de estratégias cognitivas, auto percepção de erros). (LIMA et al, 2008)

Essas dificuldades podem levar as crianças a apresentar problemas emocionais como depressão e ansiedade, desenvolver transtornos psicológicos, apresenta baixa autoestima, uma vez que comparam seu rendimento com os colegas, perdendo a motivação para os estudos.

 COMO AUXILIAR O ALUNO COM DISLEXIA

Nunca é tarde demais para ensinar um disléxico a ler e processar informações com mais eficiência. Utilizando métodos adequados e com muito carinho, a dislexia pode ser vencida.
Pais e professores devem esforçar-se para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos serem portadores desse distúrbio e procurar entender a forma como eles aprendem, já que a dislexia precisa de um tratamento adequado e não existe um que seja comum a todas as pessoas.
Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação dos fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência da leitura, é aconselhável que a criança leia em voz alta com um adulto para corrigi-la, repetidas vezes. Nesse sentido, Tavares pontua que:

Quanto ao método aplicado para o trabalho com disléxicos, entende-se que deva ser apropriado e possuir as melhores estratégias para inserir os educandos na sala de aula “normal”, juntamente com outras crianças, com um professor que compreenda seus problemas e que organize suas aulas de forma a poder prestar ajuda extra, dentro da sala de aula, sempre que eles precisarem. (TAVARES, 2008 p. 21)

O professor precisa pensar suas estratégias de maneira que o aluno disléxico sinta-se parte da turma e em condições de avançar na sua aprendizagem, para isso o professor necessita de um bom embasamento teórico e conhecimento profundo das teorias de aprendizagem. Ainda citando Tavares
O professor deve ler as atividades da criança de tal maneira que ele não subestime a sua habilidade. Respostas orais são as melhores indicações de sua habilidade do que o trabalho escrito. A avaliação deve ser feita de acordo com o seu conhecimento e não com suas dificuldades e seus erros ortográficos. (TAVARES, 2008, p 22).

Dessa forma a ação pedagógica do professor sera determinante para a construção da aprendizagem desse aluno, compreender as especificidades de cada aluno, avaliá-lo de acordo com seus avanços e considerar aquilo que ele está conseguindo alcançar.
O professor deverá criar situações de aprendizagem específicas para esse aluno em questão, se o aluno não consegue compreender a palavra no todo, será necessário que seja apresentada a palavra aos poucos ou até mesmo letra por letra. Outras estratégias podem ser: atividades orais, jogos, desenhos e todas aceitas para avaliação. (TAVARES, 2008, p 31)
É muito importante que os alunos sejam incentivados com mensagens positivas, pelas conquistas de seus aprendizados, cada passo precisa ser comemorado. Aos poucos os alunos vão criando estratégias para avançar em sua aprendizagem, conforme vão sentindo-se mais confiantes.

Algumas estratégias para auxiliar o aluno com dislexia segundo Lima et al (2008)

- A criança deve sentar-se próxima a professora para facilitar as orientações;
- Não deve dizer que a criança é lenta ou que não é inteligente
- Quando ainda apresenta muitas dificuldades, deve-se evitar a solicitação para que leia em voz alta diante dos colegas;
- Respeitar o seu ritmo de aprendizagem;
- Os assuntos trabalhados devem ser revistos constantemente;
- Considerar mais suas respostas orais do às escritas;
- Evitar dar regras de escrita na mesma semana;
- Na medida do possível, pedir que a criança repita com suas próprias palavras as instruções das atividades;
- Incentivar que conte histórias ou relate o que foi assistido ou lido;
- Organizar os conteúdos trabalhados em esquemas visuais;
- Incentivar sua autoconfiança e mostrar as habilidades que possui;
-Trabalhar atividades de consciência fonológica em sala de aula, independente do conteúdo.
Entendemos que se trata de um trabalho difícil com um longo caminho, trabalho esse que exige conhecimento, amor e dedicação. O aluno com dislexia poderá avançar na construção de seu aprendizado, contudo sob a orientação de um professor comprometido com sua prática pedagógica e com entendimento sobre a dislexia.

CONCLUSÃO
Ao término desse estudo concluímos que o aluno com dislexia deve ter um tratamento diferenciado, já que é possível mediante a postura tomada pelo professor que ele avance em sua aprendizagem. Foi possível conhecer um pouco desse tema e perceber o quanto o aluno precisa dedicar-se para se fazer compreender, e é nesse sentido que o professor precisa de um olhar sensível e de pesquisador para conhecer as peculiaridades de seus alunos e buscar embasamento para auxiliá-los com qualidade.
Nosso estudo em pesquisas foi extremamente importante para a constituição desse trabalho, nos deu apoio para escolher quais seriam as metodologias mais apropriadas para desenvolvê-lo, foi essencial conhecê-las inicialmente.
Acreditamos ter embasamento para dar continuidade a esse trabalho e desenvolver a pesquisa na íntegra, o que traria enorme contribuição para nossa formação e também para nossa prática docente.

REFERÊNCIAS

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010
LERNER, J. W. (2003). Learning Disabilities: Theories, Diagnosis, and Teaching Strategies. Boston: Houghton Mifflin Company. Morais, J. (1997). A Arte de Ler – Psicologia Cognitiva da Leitura. Lisboa: Edições Cosmos. In CRUZ, Vítor, No cérebro de um disléxico, disponível em http://joaopereira05.blogspot.com/2007/09/no-cerebro-de-um-dislexico.html acessado em 25 de maio de 2011.
LIMA, R. F.; SALGADO. C. A; CIASCA, S. M Atualidades na dislexia do desenvolvimento, disponível em http://portalcienciaevida.uol.com.br/esps/edicoes/38 acessado em 29 de maio de 2011.
MARTINS, Vicente. Dislexia e o projeto genoma humano. Pedagogia em Foco. Fortaleza, 2001, disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/spdslx05.html acesso em 29 de maio de 2011.
MAZZOTI, A.J.; GEWANDSZNADJER, F. O Método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa, São Paulo, Pioneira Thomsom Learning, 2001.
SCHIRMER, Carolina R; FONTOURA, Denise R; NUNES, Magda L. Distúrbios da aquisição da linguagem e da aprendizagem. Jornal da pediatria, vol. 80, nº 2, 2004, disponível em http://www.scielo.br, acessado em 22 de maio de 2011.
TAVARES, H. V. Apoio pedagógico às crianças com necessidades educacionais especiais, São Paulo, 2008, disponível em http://www.crda.com.br/tccdoc/43.pdf  acessado e 29 de maio de 2011.


Projeto – Novos Encantos através da Poesia

Projeto – Novos Encantos através da Poesia

Tema: Poesia
Duração: 15 dias
Público Alvo: Pré A (de 4 a 5 anos)

Justificativa:
O trabalho com poesias possibilita o contato do aluno com diferentes textos do gênero e seus diferentes autores. A leitura ou declamação de poesias favorece o aflorar de emoções e sentimentos, a reflexão sobre a própria violência, a interpretação da realidade através de uma ótica privilegiada e a solução de conflitos. As poesias oferecem momentos de grande emoção, descontração, descoberta e prazer. Os textos rimados e declamados com a entoação própria desse gênero textual soam como suave melodia que encanta o público infantil e possibilita a utilização de diferentes estratégias de leitura e representação, o que gera grandes avanços na construção do conhecimento.
Durante a observação realizada na turma, pensei na poesia como tema que poderia auxiliar no trabalho que envolvesse as linguagens das crianças, percebi que o trabalho com poesias poderia auxiliar na produção escrita (desenhos), na expressão oral, corporal, musical e matemática.

Objetivo Geral:
-Conhecer e vivenciar a poesia como forma de desenvolvimento das diferentes linguagens: oral, corporal, plástica e musical.

Objetivos específicos:
- Desenvolver a oralidade através linguagem poética
- Promover a valorização, incentivo e apreciação às produções artísticas individuais e coletivas
- Despertar o interesse pela leitura de poemas
- Resgatar e expressar sentimentos e valores a partir da leitura das poesias
- Proporcionar ambiente de interação entre os alunos
- Estimular o pensamento, a criação e a imaginação
- Ampliar o universo cultural dos alunos
- Quantificar objetos
- Desenvolver o controle corporal
- Expressar-se através da linguagem corporal e musical

Conteúdos
Afetividade
Solidariedade
Valores
Expressão oral e corporal
Parlendas
Trava-linguas
Expressões gráficas (desenho, pintura, recorte, colagem e dobradura)
Músicas
Formas geométricas
Seriação
Cores
Números
Quantidade
Oficina de cozinha: “O Bicho Horroroso”
Brincadeiras (morto-vivo, careca-cabeludo, dança das cadeiras, estátua, cabo de guerra)


Metodologia de estágio:
A pedagogia de projetos é a metodologia de estágio utilizada, por compreendermos que esta metodologia é uma possibilidade interessante em termos de organização pedagógica, porque entre outros fatores contempla uma visão multifacetada dos conhecimentos e das informações.
Dessa forma, acreditamos que aluno e professora possam desenvolver seu trabalho com maior autonomia e flexibilidade, pois entendemos essa proposta como recurso, para trabalhar de forma integrada sem rupturas na produção do saber.

Metodologia de trabalho:
Dobradura utilizando círculos e quadrados
Impressão com as mãos/dedos
Cartaz para observação – As borboletas
Músicas que podem ser trabalhadas em cartazes – Borboletinha – Um elefante incomoda muita gente
Confecção de cartazes– “O Bicho Horroroso”, “A Joaninha”
Confecção dos desenhos “diferentes”
Sugerir que observando a lista ilustrada com os elementos da poesia, os alunos produzam seus próprios desenhos
Após a produção, fixar todas as poesias e desenhos na parede e incentivar a apreciação de casa uma delas
Ler, mostrar e confeccionar cartazes com outros tipos de texto
Confecção de fantoches no palito de picolé
Organizar roda de leitura para que os alunos expressem os sentimentos que aparecem no texto durante a leitura, como medo, alegria, espanto, tristeza e humor
Modelagem com massinha
Dramatização de poesias
                                                                                   
Recursos
Livros
Cartazes
Revistas
Tintas
Papel dobradura
Pratos descartáveis
Rolos de papel higiênico
EVA
Sucata
Palitos de picolé
Cartazes de histórias/poesias
Cola colorida
Blocos lógicos

Produto final
Livro de poesias da turma

Avaliação
Será observado o interesse dos alunos pelas leituras e por suas produções artísticas, sua expressão corporal, pela participação nas atividades como músicas e brincadeiras.

Referências:
FURNARI, Eva, Assim Assado, São Paulo, UNO, 2009
IVAN e MARCELLO, 3, Rio de Janeiro Edigraf, ,2009
LAGARTA, Marta, Inventa desventa, São Paulo, FTD,2008
MORAES, Vinicius de, A Arca de Noé, Rio de Janeiro, José Olympio, 1988
____________Educação Infantil, O guia da professora, Bahia, Editora EDIBA, 2010, N° 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 55
NÓBREGA, Maria José; PAMPLONA, Rosane, organizadoras, Enrosca ou desenrosca? Adivinhas, trava-línguas e outras enroscadas, São Paulo. Moderna, 2005
URBIM, Carlos, Saco de Brinquedos, Porto Alegre, Projeto, 2007
___________Poesias e atividades, disponível em http://aprenderecia.blogspot.com, acessado em 20 de março de 2011

MORETI, Méricles Thadeu, O jogo das relações didáticas sob a influência dos projetos de trabalho, disponível em http://www.fae.unicamp.br, acessado em 30 de março de 2011

Linguagem e letramento


Linguagem e letramento

Sabemos, de acordo com o RCNEI que o desenvolvimento da linguagem constitui um dos eixos básicos do trabalho da Educação Infantil. Nessa fase é primordial elaborar o trabalho com muitas músicas, com vários portadores de texto, parlendas, trava línguas, histórias, conto, fábulas.
Em algumas situações encontramos, o ensino das letras iniciado pelas vogais e as sílabas respeitando a ordem alfabética, elaboração de exercícios de coordenação motora, atividades de cópia para que as crianças repitam o nome próprio e mesmo as letras e as sílabas isoladamente. Quanto à leitura, é feita a partir das letras e sílabas ensinadas e há pouca leitura para as crianças. Hoje sabe-se  da importância de mostrar todas as letras e números para as crianças tanto quanto eles desejam conhecer.
É importante considerar o ensino da leitura e da escrita em situações reais de uso e, sendo assim, na elaboração de atividades de leitura escrita, ter como foco importância de reflexão sobre a língua. Incorporar ao seu fazer pedagógico, atividades de produção coletiva de textos, sendo elas, o professor como escriba, a correção com a participação das crianças, atividades de preenchimento de cruzadinhas e de análise do nome próprio. Ler vários tipos de textos, além de solicitar a leitura de textos que as crianças sabem de memória.
O RCNEI cita algumas atividades que se pode fazer na Educação Infantil sem que precise recorrer às práticas tradicionais, como: andar sobre linhas, fazer o contorno das letras na caixa de areia ou lixa.
É necessário que as crianças tenham espaço para falar, contar coisas sobre seu dia, sua casa ou ter espaço para falarem sobre o que querem. De acordo com RCNEI, o processo de letramento está associado à construção do discurso oral como do discurso escrito. É importante oferecer um trabalho para as crianças com diferentes portadores de texto, como livros, jornais, embalagens, cartazes, placas de ônibus.


Tempos e espaços

Quando se observa o trabalho na Educação Infantil encontra-se uma grande mistura, professores divididos entre práticas tradicionais e novas práticas. Alguns tentando direcionar seu trabalho para uma educação que de mais liberdade para o aluno criar, outras nem tanto.
Uma observação que faço é referente aos materiais, que ficam guardados longe do alcance das crianças, elas não podem manusear e escolher os materiais que gostariam de usar em suas produções artísticas.
Os materiais são a base da produção artística. É importante garantir às crianças acesso a uma grande diversidade de instrumentos, meios e suportes. Alguns deles são de uso corrente, como lápis preto, lápis de cor, pincéis, lápis de cera, carvão, giz, brochas, rolos de pintar, espátulas, papéis de diferentes tamanhos, cores e texturas, caixas, papelão, tintas, argila, massas diversas, barbantes, cola, tecidos, linhas, lãs, fita crepe, tesouras etc. Outros materiais podem diversificar os procedimentos em Artes Visuais, como canudos, esferas, conta-gotas, colheres, cotonetes, carretilhas, fôrmas diversas, papel-carbono, estêncil, carimbos, escovas, pentes, palitos, sucatas, elementos da natureza etc. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, vol.3 p 112)
No entanto tudo fica acondicionado dentro do armário, onde só a professora tem acesso, de acordo com o RCNEI, diz que as crianças devem ter autonomia para o acesso ao uso dos materiais. O RCNEI cita que “a organização da sala, a quantidade e a qualidade dos materiais presentes e sua disposição no espaço são determinantes para o fazer artístico”. (p 110)
Tenho notado que na Educação Infantil o trabalho nem sempre está focado para a criança, sua liberdade e seu desejo, mas sim para manter a ordem e a disciplina. Da criança é exigido um bom comportamento, uma atmosfera de controle é instalada nas salas.
É muito comum que, visando garantir uma atmosfera de ordem e de harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento impondo às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais (...) em que a criança deve  ficar quieta, sem se mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como de desenho, escrita e leitura, em que qualquer deslocamento, gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. (...).  (RCNEI vol. 3, p. 17)
A prática disciplinar na Educação Infantil é muito constante, percebemos no espaço escolar a todo o momento as crianças sendo silenciadas, acomodadas em seus lugares, em fila para todos os ambientes em que se dirigem.
Durante algumas observações realizadas para a realização do estágio percebi que em algumas turmas as crianças não podem brincar tendo que inclusive guardar os brinquedos que tenham trazidos de casa. Em outras turmas, em menor quantidade, as crianças têm mais liberdade para brincar durante vários momentos da aula.
 Esse momento ainda não é tratado como principal ou importante, sabemos que essa é uma prática comum nas escolas para crianças pequenas, por ironia falamos com freqüência na importância do brincar.
É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos. (VYGOTSKY, 1991, p. 109-110)
É encantador ver como as crianças administram suas brincadeiras, a maneira como brincam como se ninguém estivesse observando, como se expressam através de seus brinquedos e brincadeiras. O brinquedo possui esta importância no processo de aprendizado e desenvolvimento, pois, segundo Vygotsky (1991, p. 117), eles criam “uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário, no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade”.
Através do brinquedo a criança comunica-se com o mundo exterior, fala de seus medos, seus anseios, conta seus segredos, falando inclusive de coisas do mundo dos adultos daí a importância de incentivar e propiciar às crianças esses momentos.
O brincar, numa perspectiva sociocultural, define-se por uma maneira que as crianças têm para interpretar e assimilar o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos das pessoas. Por causa disso, transformou-se no espaço característico da infância para experimentar o mundo do adulto, sem adentrá-lo como partícipe responsável. (WAJSKOP, 1994)
Entendo a Educação Infantil primeiramente como espaço do brincar, acredito que essa prática deve fazer parte da rotina diária das crianças, como também trabalhar de maneira que se desenvolva a expressão oral.
Há um tanto de encantamento na Educação Infantil, pois é possível auxiliar na aprendizagem das crianças de forma lúdica, mas também encontramos muitos obstáculos. Vimos com freqüência crianças expostas a uma enorme vulnerabilidade social, e a Educação Infantil precisa estar pronta para atender essas crianças quem vem de suas famílias engolidas pela sociedade.
A educação para crianças pequenas está dividida em duas grandes dimensões: o educar e o cuidar. O profissional que vai atuar nessa fase deve estar consciente do papel ampliado que a educação toma nesse sentido, ora de educador, ora de cuidador. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil
Contemplar o cuidado na esfera da instituição da educação infantil significa compreendê-lo como parte integrante da educação, embora possa exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos que extrapolam a dimensão pedagógica. Ou seja, cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda a integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas. (RCNEI, 1998, vol. I, p 24)
Ainda citando o referencial “cuidado é um ato em relação ao outro”, e para crianças pequenas, seu desenvolvimento parte da articulação entre esses dois saberes, o de educar e o de cuidar.
Na Educação Infantil, uma característica muito forte é o excesso de rotinas. Há um tempo certo para tudo, para comer, sentir sono, até mesmo para usar o banheiro. Muitas vezes uma atividade precisa ser interrompida porque é a hora do lanche, mesmo se estiver no meio de uma contação de história
O excesso de rotinização impede a exploração, a descoberta, à formulação de hipóteses sobre o que está para acontecer. Em outras palavras: trata-se de combinar rotina e variação, de oferecer para a criança um andaime, uma estrutura feita de tempo, espaço, fórmulas verbais que lhe permitam a exploração, a inferência, à decifração do que acontece, os experimentos mentais sobre quando sucede. (BARBOSA, 2006, p 45)
Essa é uma característica que precisa ser modificada aos poucos, pois essas rotinas são pensadas para o funcionamento da escola, para os funcionários, para a escola, quando na verdade deveriam ser pensadas para melhor atender as crianças.

Contribuições dos Referencias Curriculares Nacionais da Educação Infantil

O RCNEI representa uma grande contribuição para Educação Infantil, pois ele dá subsídios para as professoras nortear sua prática em sala. Através de uma linguagem muito clara, esse documento apresenta metas de qualidade a serem atingidas pela Educação Infantil e também traz algumas sugestões para professores.
Ao consultar o Referencial o professor vai encontrar maneiras para desenvolver o processo de construção da Identidade e Autonomia das crianças e uma orientação para trabalhar com as diferentes linguagens das crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.




Contribuições teóricas

Foi muito importante ter conhecido um pouco dos teóricos, pois cada um ao seu modo e no seu tempo contribuiu para a educação de modo geral. Pensar em Comenius (1592 – 1670), que apresentou idéias muito a frente do seu tempo; pensou a escola para todos, questionou metodologias, dizia que a criança tinha que brincar, pensou uma escola específica para crianças que são pensamentos atuais se considerarmos que esse modelo que buscamos.
Rousseau (1712 – 1778), que foi um filósofo que trouxe grandes contribuições ao pensar a criança na sua especificidade e não um adulto em miniatura com ideias próprias e prontas a exercer sua liberdade. Depois com Froebel (1782 – 1852), fundador do Jardim da Infância, foi um dos primeiros a criar brinquedos para as crianças; trouxe a ideia da rodinha, jogos, trabalhos manuais.
Montessori (1870 – 1952) contribui muito com a educação de crianças pequenas quando pensou nas coisas ao alcance das crianças, armários abertos, cadeiras e mesas no tamanho das crianças, bem coloridos e com o material dourado, elaborado inicialmente para crianças com necessidades especiais. Freinet (1896 – 1966) foi um teórico de grande importância, trouxe grandes contribuições ao se colocar em situação de igualdade perante o aluno, ao trazer a ideia do cantinho, das aulas passeios, senso cooperativo e de responsabilidade, sociabilidade, autonomia, expressão, criatividade, reflexão individual e coletiva, afetividade e pensou no número de alunos por turma.
Piaget (1896 – 1980), por mais influências contemporâneas que um educador possa ter não há como negar o valor de suas idéias para a educação em geral. De acordo com suas teorias o professor não deve apenas ensinar, mas sim antes de tudo orientar o aluno a construir seu conhecimento (construtivismo), pensou no erro como forma de construir aprendizagens, pesquisou as fases do desenvolvimento humano, o que proporciona aos professores elaborar suas práticas pedagógicas de acordo com a fase da criança.
Vygotsky (1896 – 1934) Para esse teórico o ensino deve se antecipar ao que o aluno não sabe e nem é capaz de aprender sozinho, sua teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-hisórico e o papel da linguagem e da aprendizagem neste desenvolvimento.
Piaget e Vygotsky contribuem no trabalho do professor ao proporcionar a partir de suas teorias, todo um conhecimento do sujeito e como ele aprende com base nesse estudo o professor pode planejar e também compreender o processo de aprendizagem.
Wallon (1879 – 1962) pensou movimento e corporeidade, afetividade, postulou que o aluno só aprende quando se deposita confiança no professor. Bruner (1915 - com a ideia da narrativa.
Foucault (1926 – 1984) saber filosófico, faz uma analise do discurso e a relação entre poder e governamentalidade. Na educação esse teórico nos ajuda a pensar sobre a configuração de nossas escolas e processo que essa instituição faz ao disciplinar as crianças. Gardner que traz a ideia de se trabalhar com as inteligências múltiplas.
Malaguzzi, as idéias desse teórico, pedagogo são de grande importância para a educação em particular para as crianças pequenas. Pensa a educação a partir das linguagens e das crianças e diz que elas possuem muitas mais de cem. Diz que a escola não deve ser submetida ao currículo e as disciplinas. Aqui se pensa o ensino com base na liberdade de escolha, onde o aluno age sobre seu conhecimento, as crianças são felizes em suas construções e a forma como os professores investigam o que ensinar é através da Pedagogia da Escuta, ou seja, os projetos são realizados de acordo com a vontade das crianças. É a alegria em aprender e ensinar.
Para finalizar

Eu descobri como é bom o trabalho na Educação Infantil e por ironia não foi trabalhando lá que descobri isso e sim numa disciplina da faculdade. Percebi que as práticas desenvolvidas em sala de aula estão longe de ser aquilo que seria o ideal a ser trabalhado com crianças pequenas.
Entendo o trabalho na Educação Infantil como uma prática que dá liberdade aos alunos; liberdade para pensar, para criar, para se expressar, para escolher. Esse é um trabalho muito rico de sentidos e significados, há muito que se fazer com os pequenos sem que se precise ficar os mandando pintar folhinhas e etc.
O professor pesquisador vai encontrar muitas coisas para fazer com eles, atividades com passeios, pintura, modelagem, músicas, brincadeiras, brinquedos, histórias, poesias, cantigas de roda, jogos entre outros, o que na verdade é muito mais fácil de trabalhar do que ficar tentando manter silêncio e preencher folhas, o tempo até passa que nem se sente e sentimos como as crianças ficam felizes.
Essa disciplina foi muito importante para minha formação, aqui aprendi que basta procurar, pesquisar que é possível sim desenvolver um trabalho de qualidade, que um aprofundamento teórico contribui e muito para o trabalho desenvolvido em sala de aula. Foi muito importante descobrir as contribuições de cada teórico, pois além de conhecimento isso trouxe algumas sugestões.
O trabalho do professor em qualquer etapa não pode ser desenvolvido de qualquer maneira, é um trabalho que exige qualidade e isso é o próprio professor quem atribui.

REFERÊNCIAS:

BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Rotinas na Educação Infantil: Por amor e por força. Artmed, 2006.
HORN, Maria da Graça Souza, Sabores, cores, sons e aromas: A organização do espaço na Educação Infantil, Porto Alegre, Artmed, 2004.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Brasília, MEF/SEF,1988, Volumes1,2,3
WAJSKOP, Gisela, O brincar na Educação Infantil, 1994 disponível em http://www.fcc.org.br acessado em 23 de junho de 2011.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.