sábado, 29 de junho de 2013

Resenha Deleuze

O pensamento livre.

Este é um texto muito interessante e nos traz algumas reflexões e informações a respeito do pensamento de Deleuze, onde são tratados assuntos de grande importância tanto para professores como para acadêmicos ou qualquer sujeito que tenha o desejo de fazer reflexões sobre aquilo que nos cerca, que nos afeta e que produz sentidos em nós e sobre nossas ações.
 O texto, “O que pode um professor?”, do autor Walter Omar Kohan possui dez páginas, e é dividido em quatro subtítulos, foi publicado na Revista Educação Especial: Biblioteca do Professor faz uma análise sobre o pensamento de Deleuze de maneira que se reflita sobre a criação de alguns conceitos. De acordo com o texto baseado no pensamento deleuziano “pensar é um ato de sensibilidade, nada tem haver com a moral”, nesse sentido compreende-se o pensar como algo acima do bem e do mal. Para o filósofo a moral não o preocupou, pois acreditava no pensar como uma força que abria o mundo acrescentava ainda que pensar era um ato imoral, que o pensamento com uma imagem moralizada tira sua potência tornando-o um ato triste.
Deleuze pensa o saber com a ideia de rizoma, a expansão e diversificação das multiplicidades, sem começo e sem fim, apenas meios “pelos quais cresce e transborda”, sem rupturas, onde o saber se conecta, sem hierarquizar. Assim começa a desconstrução da ideia do saber na figura da árvore, do paradigma hierárquico e unificador do conhecimento, do pensamento e também da vida.
Nem moral, nem valores e ética fazem pensar em Deleuze, o filósofo conforme aborda Kohan, preocupou-se com o pensar e com o que o fortalece não com o que o debilita, com o que liberta, expande o desejo, o que preserva a diferença, afirma o positivo sobre o negativo. Com o que nos afeta e com os bons encontros que temos. O texto vai nos questionar: - “O que pode um corpo? Mas não nos responde e afirma que talvez nunca saibamos, mas a procura desse saber poderia propiciar as relações que o potencializem, aumentem sua força, os encontros que o afetem e lhe doem força para viver a vida mais intensamente.
Podemos afirmar que esse pensamento possui uma força grandiosa para educação, pois isso possibilitaria grandes transformações no campo educacional, trata-se de uma denúncia sobre ética e moral. Trata-se também de mudanças, de novos conceitos em valores, ética e moral, mas acima disso trata-se da liberdade do pensamento, da arte do pensar livre, não do que pode ou não um professor, mas do que ele pode a partir dos bons encontros que aumentam a capacidade de ser afetado. Trata-se do novo, não que se opõe ao velho, mas que se opõe ao rotineiro, previsível, ordinário, trata-se de criar, buscar intercessores, de criá-los, de ir ao encontro do outro.
O texto nos leva a refletir sobre outras questões relevantes, questões que permeiam a educação, a escola e seus arredores. O que pode um aluno pensar? Podemos afirmar que o pensamento do aluno é na maioria das vezes direcionado, induzido, dado. O que pode ele produzir a partir dos encontros que têm com seus colegas, com seus professores?  Quanto os professores se deixam afetar? Quanto afeta seus alunos? Quanto lhes é dado a criar? Conforme o texto, para Deleuze sem criação não há aprendizagem, pensamento nem vida. Dessa maneira que educação se faz nas escolas? Que tipo de sujeito estamos formando? Um sujeito pensante, crítico? Estamos vivendo uma crise dos valores, dentro e fora das escolas, pois as verdades são dadas, estão prontas, não há espaço para o novo, assim sendo acredito na força da busca e do pensamento e na importância de teorizar nossas práticas.

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário