O pensamento livre.
Este é um texto muito interessante e nos traz algumas
reflexões e informações a respeito do pensamento de Deleuze, onde são tratados
assuntos de grande importância tanto para professores como para acadêmicos ou
qualquer sujeito que tenha o desejo de fazer reflexões sobre aquilo que nos
cerca, que nos afeta e que produz sentidos em nós e sobre nossas ações.
O texto, “O
que pode um professor?”, do autor Walter Omar Kohan possui dez páginas, e é
dividido em quatro subtítulos, foi publicado na Revista Educação Especial:
Biblioteca do Professor faz uma análise sobre o pensamento de Deleuze de
maneira que se reflita sobre a criação de alguns conceitos. De acordo com o texto
baseado no pensamento deleuziano “pensar é um ato de sensibilidade, nada tem
haver com a moral”, nesse sentido compreende-se o pensar como algo acima do bem
e do mal. Para o filósofo a moral não o preocupou, pois acreditava no pensar
como uma força que abria o mundo acrescentava ainda que pensar era um ato
imoral, que o pensamento com uma imagem moralizada tira sua potência tornando-o
um ato triste.
Deleuze pensa o saber com a ideia de rizoma, a expansão
e diversificação das multiplicidades, sem começo e sem fim, apenas meios “pelos
quais cresce e transborda”, sem rupturas, onde o saber se conecta, sem
hierarquizar. Assim começa a desconstrução da ideia do saber na figura da
árvore, do paradigma hierárquico e unificador do conhecimento, do pensamento e
também da vida.
Nem moral, nem valores e ética fazem pensar em
Deleuze, o filósofo conforme aborda Kohan, preocupou-se com o pensar e com o
que o fortalece não com o que o debilita, com o que liberta, expande o desejo, o
que preserva a diferença, afirma o positivo sobre o negativo. Com o que nos
afeta e com os bons encontros que temos. O texto vai nos questionar: - “O que
pode um corpo? Mas não nos responde e afirma que talvez nunca saibamos, mas a
procura desse saber poderia propiciar as relações que o potencializem, aumentem
sua força, os encontros que o afetem e lhe doem força para viver a vida mais
intensamente.
Podemos afirmar que esse pensamento possui uma força
grandiosa para educação, pois isso possibilitaria grandes transformações no
campo educacional, trata-se de uma denúncia sobre ética e moral. Trata-se
também de mudanças, de novos conceitos em valores, ética e moral, mas acima
disso trata-se da liberdade do pensamento, da arte do pensar livre, não do que
pode ou não um professor, mas do que ele pode a partir dos bons encontros que
aumentam a capacidade de ser afetado. Trata-se do novo, não que se opõe ao
velho, mas que se opõe ao rotineiro, previsível, ordinário, trata-se de criar,
buscar intercessores, de criá-los, de ir ao encontro do outro.
O texto nos leva a refletir sobre outras questões
relevantes, questões que permeiam a educação, a escola e seus arredores. O que
pode um aluno pensar? Podemos afirmar que o pensamento do aluno é na maioria das
vezes direcionado, induzido, dado. O que pode ele produzir a partir dos
encontros que têm com seus colegas, com seus professores? Quanto os professores se deixam afetar?
Quanto afeta seus alunos? Quanto lhes é dado a criar? Conforme o texto, para Deleuze
sem criação não há aprendizagem, pensamento nem vida. Dessa maneira que
educação se faz nas escolas? Que tipo de sujeito estamos formando? Um sujeito
pensante, crítico? Estamos vivendo uma crise dos valores, dentro e fora das
escolas, pois as verdades são dadas, estão prontas, não há espaço para o novo,
assim sendo acredito na força da busca e do pensamento e na importância de
teorizar nossas práticas.
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