sábado, 29 de junho de 2013

Resenha Nietzsche

Para uma nova educação em novos valores.

Este é um texto importante que nos traz algumas reflexões e informações a respeito dos valores que norteiam a educação, abordando a visão de Nietzsche e seu pensamento sobre a concepção de educação em relação aos valores. O texto nos remete ao pensamento de nossas práticas educativas e de como utilizamos os valores dentro da educação.
O texto, “Os juízos de valor e a educação”, da autora Vânia Dutra de Azevedo possui dez páginas, e é dividido em quatro subtítulos, foi publicado na Revista Educação Especial: Biblioteca do Professor faz uma análise sobre o pensamento de Nietzsche de maneira que se reflita sobre os valores existentes.
Conforme a autora para Nietzsche, os valores não se encontram prontos, cabendo ao homem compreender-se como criador de valores, propondo constituir um sujeito crítico. A autora traz o pensamento nietzschiano em relação aos valores que norteiam a educação, que subjaz ao currículo, à disciplina, à relação professor/aluno e à organização da escola, de maneira que possamos refletir e reavaliarmos nosso conjunto de valores. Nesse sentido a autora, baseada na filosofia de Nietzsche, faz uma crítica ao fazer pedagógico e propõe que não se aceite simplesmente como verdades, mas que passemos a questioná-los.
De acordo com o texto a análise nietzschiana da moral mostra maneiras diferentes de ser e de viver, propõe ao homem o lugar de criador de valores, avaliador e estimador e não apenas um receptor de valores já existentes. Assim o homem se constitui, a partir de uma educação voltada para a afirmação e criação de valores. O texto vai trazendo questionamentos acerca da moral e dos valores: - para quem foram feitos? – para que servem? – e em que tempos foram feitos?
Colocando a moral e o valor dos valores em questionamento Nietzsche, propõe reavaliarmos nossos valores e não apenas acatá-los, mas que possamos criá-los e recriá-los numa perspectiva educacional crítica. Nietzsche propõe uma reflexão a respeito - de onde vem e quem os fez - o filósofo nos mostra que o bom está ligado ao nobre; ao senhor, quem determina os valores, o mau está ligado ao vil; ao vulgar, o plebeu, baixo ou ruim, para quem esses valores devem ser tomados como única verdade, ou seja, os nobres se denominaram criadores de valores, partindo do pressuposto que sua superioridade lhes permitiam julgar, avaliar e portanto criar.

Esse é um cenário ainda existente dentro de nossas escolas, e está associado às relações de poder que dentro delas existem, porém, não cabe mais à educação ser promotora de desigualdades, baseada em transmissão de valores pré-existentes, mas promover a igualdade baseada numa educação em valores procurando atingir suas demandas e seus valores. Conforme Nietzsche, entre os nobres, bom é quem inspira medo e terror, pois sendo forte se impõe aos demais e esta é uma relação de poder que ainda hoje vimos na educação, dentro das escolas, dentro das salas de aula. Sabemos que tudo o que devemos ensinar já está pré-estabelecido, os conteúdos são determinados, assim com os valores que devemos “transmitir”, os poderosos determinam o que as classes menos privilegiadas devem inclusive aprender.

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