Para
uma nova educação em novos valores.
Este é um texto importante que nos traz algumas
reflexões e informações a respeito dos valores que norteiam a educação,
abordando a visão de Nietzsche e seu pensamento sobre a concepção de educação
em relação aos valores. O texto nos remete ao pensamento de nossas práticas
educativas e de como utilizamos os valores dentro da educação.
O texto, “Os juízos de valor e a educação”, da autora
Vânia Dutra de Azevedo possui dez páginas, e é dividido em quatro subtítulos, foi
publicado na Revista Educação Especial: Biblioteca do Professor faz uma análise
sobre o pensamento de Nietzsche de maneira que se reflita sobre os valores
existentes.
Conforme a autora para Nietzsche, os valores não se
encontram prontos, cabendo ao homem compreender-se como criador de valores,
propondo constituir um sujeito crítico. A autora traz o pensamento nietzschiano
em relação aos valores que norteiam a educação, que subjaz ao currículo, à
disciplina, à relação professor/aluno e à organização da escola, de maneira que
possamos refletir e reavaliarmos nosso conjunto de valores. Nesse sentido a
autora, baseada na filosofia de Nietzsche, faz uma crítica ao fazer pedagógico
e propõe que não se aceite simplesmente como verdades, mas que passemos a
questioná-los.
De acordo com o texto a análise nietzschiana da moral
mostra maneiras diferentes de ser e de viver, propõe ao homem o lugar de
criador de valores, avaliador e estimador e não apenas um receptor de valores
já existentes. Assim o homem se constitui, a partir de uma educação voltada
para a afirmação e criação de valores. O texto vai trazendo questionamentos
acerca da moral e dos valores: - para quem foram feitos? – para que servem? – e
em que tempos foram feitos?
Colocando a moral e o valor dos valores em
questionamento Nietzsche, propõe reavaliarmos nossos valores e não apenas
acatá-los, mas que possamos criá-los e recriá-los numa perspectiva educacional
crítica. Nietzsche propõe uma reflexão a respeito - de onde vem e quem os fez -
o filósofo nos mostra que o bom está ligado ao nobre; ao senhor, quem determina
os valores, o mau está ligado ao vil; ao vulgar, o plebeu, baixo ou ruim, para
quem esses valores devem ser tomados como única verdade, ou seja, os nobres se
denominaram criadores de valores, partindo do pressuposto que sua superioridade
lhes permitiam julgar, avaliar e portanto criar.
Esse é um cenário ainda existente dentro de nossas
escolas, e está associado às relações de poder que dentro delas existem, porém,
não cabe mais à educação ser promotora de desigualdades, baseada em transmissão
de valores pré-existentes, mas promover a igualdade baseada numa educação em
valores procurando atingir suas demandas e seus valores. Conforme Nietzsche,
entre os nobres, bom é quem inspira medo e terror, pois sendo forte se impõe
aos demais e esta é uma relação de poder que ainda hoje vimos na educação,
dentro das escolas, dentro das salas de aula. Sabemos que tudo o que devemos
ensinar já está pré-estabelecido, os conteúdos são determinados, assim com os valores
que devemos “transmitir”, os poderosos determinam o que as classes menos
privilegiadas devem inclusive aprender.
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